O Brasil colheu 209,5 milhões de toneladas de soja entre 2014 e 2015 em uma área de 58,04 milhões de hectares. No entanto, uma doença ameaça a sustentabilidade da safra da soja, a ferrugem asiática. Para evitar perdas de rendimento devido a essa doença, desde de 2005, a legislação brasileira adotou uma medida preventiva de um período de 90 dias livre de soja, o "Vazio Sanitário".
Mas o que é "Vazio Sanitário"?
Vazio Sanitário é uma medida preventiva e de controle da ferrugem da soja: durante esse período, o agricultor não pode cultivar nenhuma planta viva de soja nas suas lavouras. O Vazio Sanitário tem se mostrado bastante eficaz em garantir que o cultivo de soja seja tão produtivo quanto possível, visando maximizar os lucros e minimizar as perdas. O período de repouso da agricultura de soja varia entre 60 à 90 dias e foi estabelecido considerando o prazo máximo que os esporos da praga permanecem no ar, que é de 55 dias.
A técnica é uma das formas de manejo que busca evitar a ferrugem asiática, uma das pragas que ataca o cultivo de soja, e assim garantir uma maior produtividade no futuro. O agricultor que não respeitar a legislação poderá ser multado.
A ferrugem asiática
A soja é uma das culturas comerciais mais importantes no Brasil e no mundo. A ferrugem asiática, a principal doença que afeta a soja, provoca lesões nas folhas da planta e, eventualmente, mata a produção. Nas áreas onde esta doença é comum, as perdas de rendimento podem ser de até 80%. Em 2002, a doença desencadeou perdas de 10% a até 60% na produção da América do Sul.
A ferrugem asiática da soja é causada pelo fungo Phakopsora Pachyrhizi, considerado um patógeno biotrófico, ou seja, só sobrevive e se multiplica em um hospedeiro vivo. A praga, que ataca a soja e outras leguminosas, é transmitida por esporos através vento e já causou perdas significativas de culturas em muitas regiões de cultivo de soja do mundo.
No Brasil, a agressividade da praga é muito grande devido ao fato do fungo encontrar condições climáticas favoráveis ao seu desenvolvimento, principalmente nos cerrados tropicais.
Legislação
As opções de controle da doença são limitadas. Quando as condições são favoráveis, a ocorrência da doença pode ser generalizada. Assim, as medidas de controle são o único método eficaz contra a doença.
Em 2006, os estados de Mato Grosso, Goiás, Tocantins e implementaram o "Vazio Sanitário da Soja". Em 2007, o programa foi adotado nos estados de São Paulo, Maranhão, Minas Gerais, Bahia e Paraná, bem como no Distrito Federal. No estado do Rio Grande do Sul, a secretaria da agricultura do estado decidiu que a geada durante o período de entressafra era suficiente para eliminar a doença da soja. Em 2008, o período livre de soja foi implementado no estado de Santa Catarina, e, em 2009, nos estados do Pará e Rondônia. No entanto, em 2009, Santa Catarina revogou o normativo, alegando condições semelhantes às do Rio Grande do Sul.
Atualmente, 12 estados adotam o período livre de soja, variando o intervalo entre 60 e 90 dias, que é a margem de segurança considerada mais elevada para o período de sobrevivência dos esporos.
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